Motion e camera tracking – After Effects

O tracking é um dos processos mais conhecidos de pós-produção, ele consiste na análise de movimentos da cena, gerando dados que podem conter informações como posição, rotação e escala quadro a quadro.

Track Motion – Passo a Passo

Criamos uma lista com as etapas básicas para a execução do track motion no After Effects, que é um dos programas mais populares para isso, na sequência daremos mais detalhes sobre o que pode ajudar na análise.

  • O primeiro passo é criar um objeto nulo, para isso vá em: Layer < New < Null Object.

01

  • Caso não encontre a aba como o nome “Tracker”, vá em: Window < Tracker.
  • Na aba chamada “Tracker” clique em “Track Motion”.

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  • Selecione as opções “Position”, “Rotation” e “Scale”, mais de uma opção poderá ser selecionada de acordo com seu material.

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  • O número de track points irá variar de acordo com as opções selecionadas anteriormente.
  • Posicione os track points em marcações no vídeo ou em locais de alto contraste e presentes em toda sua duração, caso possível.
  • Clique no play (analyze forward), durante a análise é possível ver como o ponto selecionado está se comportando e depois de feita a análise você aplicará os dados ao seu “null object”.

analyze

  • Selecione “edit target” e escolha o null object definido por você, depois clique em “apply”. Existe a possibilidade do track point não conseguir as informações necessárias e perder sua precisão, neste caso pare a análise e aplique o resultado, depois limpe os keyframes a partir do momento em que ele perde a exatidão.

apply

  • Depois é só associar o objeto que você quer “trackeado” à camada do null object. Para isso basta clicar sobre o ícone que parece um caracol e soltar sobre a camada ou clicar onde aparece “none” e escolher o objeto, como na imagem:

detalhe

Efeito Simples

Este tipo de motion tracking não envolve muita complexidade, principalmente quando bem aplicado a um vídeo que teve sua captação pensada para o processo de pós-produção. Há vários tipos de tracking e alguns softwares que podem executá-los, mas o mais acessível e conhecido é o Aftert Effects.

Por isso, o canal Rocket Jump Film School produziu um vídeo de introdução à técnica que resume muito bem alguns passos essenciais para a obtenção de um bom rastreamento do movimento. A lista de passos que criamos pode ser complementada com este vídeo.

Capturando a imagem ideal

Quando falamos de vídeo o ideal é sempre realizarmos as gravações sabendo exatamente o que queremos para o filme, assim os resultados podem ser muito melhores do que os decididos de forma tardia, ou seja, durante o processo de pré-produção já são definidas as cenas que precisam de tracking na pós.

Com esta informação em mãos o responsável pela finalização do vídeo pode orientar a equipe sobre a melhor forma de gravar a cena para que o tracking seja bem realizado. Este processo geralmente não envolve grandes sacrifícios e pode ser, como no vídeo, apenas a inserção de um pequeno detalhe que gere o contraste necessário para o mapeamento associado a configurações de câmera mais “amigáveis” para a pós.

Mesmo quem trabalha em eventos e com filmes que não são narrativos pode definir quais os planos onde fará um tracking durante o processo de finalização ainda na hora da gravação. Dessa forma é possível analisar a cena e saber se ela irá gerar pontos de contraste e a possibilidade de um bom rastreamento.

Insira marcações

Você já deve ter reparado em breakdowns de efeitos visuais aquelas marcações, que podem ser pequenas cruzes ou pontos, em fundos verdes, certo? O motivo disso é que o fundo verde não possui nada para ser rastreado, por isso os tracking points são necessários para o processo de pós-produção.

No caso de cinema é preciso estar atento a vários pequenos detalhes que podem fazer a diferença entre um plano fácil ou quase impossível de ser trabalhado na pós-produção. Tipo de movimento e configurações da câmera, formato e cor das marcações são alguns dos detalhes que podem fazer a diferença.

Detalhes do Processo

Null Object: como o próprio nome já diz, ele é como um objeto nulo, ou seja, você associa informações a ele de maneira livre para obter o que precisa do software. Nomear seus objetos também é importante, pois quanto mais complexo o projeto, mais difícil e demorado será o processo de procura por um tracker ou qualquer outra camada dentro dele.

No caso do tracking os nomes mais comuns são “camera tracker”, “tracker”, é importante que seu nome não seja nada muito diferente para possibilitar que mais de uma pessoa abra o projeto e consiga trabalhar nele de maneira rápida, seguindo os padrões da maioria dos profissionais é possível criar arquivos organizados e fáceis de editar por qualquer outra pessoa.

Múltiplos Rastreamentos e Rastreamento Manual

Muitas vezes o tracking não sairá como desejado ou os pontos escolhidos acabarão saindo de quadro durante o processo. Neste caso há duas soluções: trabalhar com múltiplos trackers ou então fazer um trecho manualmente.

Quando o objeto selecionado sair de quadro é possível associar outro e adicionar mais um tracker ao vídeo. Desta forma o especialista pode executar o tracking em todo o cenário visível através de vários trackers diferentes e evitar ao máximo o rastreamento manual.

O tutorial a seguir mostra como seria o processo de criação com mais de um tracker, no caso dele o recurso é utilizado para fazer o reposicionamento de um céu. O tipo de rastreamento mais indicado dependerá muito de como a imagem base se comporta, o tracking manual não é algo muito comum, sendo utilizado em casos extremos.

Track Camera

Existe também a opção “Track Camera”, que faz o rastreamento da movimentação da câmera de acordo com o arquivo de vídeo. Este processo de análise é feito em segundo plano, então é possível utilizar o software enquanto ele ocorre.  Bruno Baltarejo criou um tutorial que vai direto ao ponto:

Os pontos obtidos pela análise aparecem como pequenos “x” e ao passar o cursor sobre eles é possível ver uma amostragem da perspectiva com os pontos daquele local, tudo de maneira visual e intuitiva. Também é possível escolher os pontos manualmente.

Este método é muito eficiente para inserção de elementos 3D no ambiente 2D capturado pela câmera, depois de feita a análise basta associar o elemento às posições obtidas por ela e fazer os ajustes necessários.

O tracking infalível

Se você estava em busca deste tipo de frase… não a encontrará por aqui. O importante sobre o tracking é saber como ele é executado pelo software e o que é levado em conta nos cálculos.

Só o tempo e a execução do processo inúmeras vezes poderão gerar confiança e ótimos resultados. O tracking é um processo que pode ser muito “treinado” antes de ser feito para valer. E, com certeza, as horas de treino farão a diferença em momentos de decisão.

Há várias ferramentas de tracking em diferentes softwares e suas aplicações podem variar de acordo com as necessidades de cada vídeo, esta foi uma pequena introdução ao processo pelo After Effects (que ainda possui o Mocha), agora é só praticar e refinar cada vez mais a técnica.

 

 

 

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Graduado em Imagem e Som pela UFSCar e especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Mackenzie. Parte de seu portfólio está disponível em: https://www.behance.net/gustafonseca. Quer entrar em contato? Envie um e-mail para gustavof.gustavo@gmail.com.

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