Review – A GH5 entrega todos os números prometidos?
Sebastian Wöner, do site Cinema 5D, foi o principal responsável pelo review de uma das câmeras mais faladas e aguardadas, a Panasonic GH5. Para isso, a empresa enviou a eles uma câmera com o hardware pronto para produção e um firmware preliminar, ou seja, na versão 1.00.
Para o teste foram analisadas características como gama dinâmica, nitidez e performance do obturador quanto à questão do “rolling shutter”, eles também avaliaram a sensibilidade do sensor a pouca luz e examinaram com maior profundidade a questão da imagem em 10-bit.
O mesmo padrão de outros testes do site foi mantido para a GH5, com a utilização de uma lente Zeiss 50mm Cp2 Macro através de um adaptador da Metabones SpeedBooster Ultra, a gama dinâmica foi aferida pelo XYLA-21 da empresa DSC Labs.
O que as especificações da Panasonic nos dizem
Além, obviamente, da gravação em 10-bit que foi uma das principais novidades anunciadas pela Panasonic, há outras características bastante interessantes relembradas pelo site no início da avaliação, são elas:
- Sensor no tamanho MFT, o que o torna um pouco maior que o da GH4
- 5 eixos de estabilização interna
- Gravação interna em 10-bit 4:2:2 em 4K (30qps)
- Gravação interna em 8-bit 4:2:0 em 4K (até 60qps)
- Até 180qps em 1080p
- Entrada dupla para cartões SD
- V-Log Gamma (upgrade pago de $100)
Problemas com o Vlog e 10-bit
Segundo o site, os primeiros resultados em 10-bit sem Vlog foram bem interessantes, no entanto, após aplicar o Vlog a primeira sensação foi uma dificuldade em conseguir obter bons tons de pele durante o processo de grading.
Para entender melhor se isto seria uma questão relacionada ao Vlog em 10-bit, eles fizeram os mesmos testes com mais três câmeras disponíveis: uma Sony FS7, Canon C700 e Canon 1D C.
A profundidade de cor foi definida em 10-bit, gravando em Vlog. Tons de pele foram mantidos naturais (amarelos e verdes não foram alterados), para Sebastian o que lhe incomoda é que algumas áreas da imagem exibem padrões de cores básicos, enquanto outras são bem diversificadas.
Em um local sua mão está mais verde e em outro mais rosa, mas sem uma grande gradação entre elas. A janela à esquerda mostra um zoom de 150% em sua bochecha com um aumento de 25% na saturação para exibir as áreas com cores distintas de maneira mais clara.
Acima há o mesmo plano em 8-bit, a diferença na gradação das cores é um pouco mais visível, mas nada que mostre uma clara mudança de 10-bit para 8-bit. Vale lembrar que o Vlog diminui a informação de cores exatamente para aumentar a gama dinâmica.
Na imagem da 1D C em 8-bit aparece o mesmo padrão com limitação de cores, mas há uma menor presença de blocos verdes e de rosa, o que gera uma gradação mais agradável ao olhos.
A câmera da Sony traz um pouco mais de profundidade, apesar de ainda apresentar um ou outro artefato, o resultado ainda é melhor que o da GH5, quando olhamos para a ampliação no canto é possível ver uma melhor harmonia nos tons de pele.
É claro que a Canon C700 entregou melhores tons de pele, harmonia de cores e menos efeitos de blocos que a GH5, lembrando que ela grava em 10-bit ProRes 4K DCI. Vale ressaltar que tanto a Sony FS7 e principalmente a C700 são câmeras muito mais caras que a GH5 e foram utilizadas pela questão de entregarem imagens em 10-bit.
Em resumo, parece que nenhuma das câmeras chega a entregar o que na teoria seria 1,1 bilhão de cores. Parte disso se deve à complexa integração entre hardware e firmware na tecnologia contida nelas, o que faz com que a teoria e os cálculos no papel não sejam tão fáceis de serem alcançados na prática.
Em relação à GH5 especificamente, parece que os maiores problemas ocorrem na utilização do Vlog e em tons de pele, o que é particularmente problemático, afinal, tons de pele são o “carro chefe” da exposição em pessoas.
Quando o Vlog é colocado de lado e um perfil natural é escolhido, os resultados ficam muito mais interessantes. A gradação de cores parece muito melhor que na maioria das câmeras 8-bit.
Gama Dinâmica
Na medição executada pelo site, a câmera da Panasonic apresenta cerca de 10 stops de gama dinâmica, ficando um pouquinho abaixo da Sony A7S II e da Fujifilm X-T2.
Ruído e Pouca Luz
A câmera trabalha bem até o ISO 800, há uma pequena degradação da imagem a partir do ISO 1600 que se acentua nas medições seguintes. A imagem a seguir é um recorte das etapas 06 a 14 da medição da gama dinâmica com diferentes ISO’s.
Rolling Shutter
Apesar de ainda presente, o “rolling shutter” apresentado pela GH5 ficou abaixo das câmeras da Sony que sofrem bastante com o problema.
Câmera lenta a 180qps
A câmera oferece a possibilidade de gravar a até 180qps em 1080p, no entanto, a resolução obtida não se mantém a mesma de quando gravamos com taxas menores como, por exemplo, 25 quadros por segundo.
Após a análise completa, o site chegou aos seguintes prós e contras da câmera (por enquanto).
Prós
- O sensor MFT trabalha muito bem com o Metabones SpeedBooster Ultra para obter pouca profundidade de campo
- 5 eixos de estabilização de imagem
- Funções avançadas para vídeo como peaking, histograma e modo anamórfico
- Imagem de ótima qualidade no modo 8-bit a até 60qps em 4K
- Bom nível de detalhes na imagens
- Até 180qps (embora a imagem não se mantenha em um bom padrão 1080p)
- Boa performance quanto ao rolling shutter
- Dois slots para cartões SD
- Sem limite de tempo de gravação
- Preço acessível
Contras
- Vlog ainda aprensenta falhas no momento
- 10-bit 4:2:2 parece o mesmo que 8-bit 4:2:0
- A gama dinâmica é limitada
- Resposta a pouca luz fica na média
- O modo 180qps apresenta qualidade bem menor que 1080p
- Algumas lentes da Canon não trabalham com os Metabones Speedbooster
O review completo e com mais detalhes pode ser visto ao final deste post, vale lembrar mais uma vez que o firmware utilizado ainda não é o definitivo para o público e que as câmeras mais caras utilizadas foram escolhidas pela disponibilidade e pelo fato de também definirem suas gravações em 10-bit.
Fonte: How good is the Panasonic GH5? Lab review reveals 10-bit flaws in Vlog + Free GH5 Lut